sexta-feira, 24 de abril de 2009

Rise - a ressurreição

Li uma crítica bem elogiosa a este filme, escrita pelo Rubens Ewald Filho (a quem chamo, carinhosamente, de REF), e me interessei em assisti-lo, não só pela sinopse sugestiva, mas também porque ele raramente fala bem de alguma produção recente de terror, talvez porque, afinal de contas, não haja mesmo nada a elogiar no gênero hoje em dia. Mas fui em frente. E não me arrependi.

O filme começa em um bar, quando uma garota de programa é abordada por uma mulher misteriosa que a convence a segui-la para um encontro com um cliente. Ao chegar ao local definido, é aprisionada e pendurada de cabeça para baixo por um velho em cadeira de rodas. Perversão? Não. Há um sentido para aquele ato. Trata-se de uma forma encontrada pela mulher misteriosa para conseguir uma informação. Ela, então, mata o velho e liberta a garota, mandando que ela não conte a ninguém o que se passou ali. Logo a seguir, a história recua para seis meses antes. Ficamos sabendo que a mulher é Sadie Blake, uma jornalista que está trabalhando em uma reportagem investigativa sobre o desaparecimento de uma adolescente, seduzida por uma estranha seita, da qual pouco ou quase nada se sabe. Com a ajuda de um amigo hacker, Blake consegue ter acesso ao site visitado pela jovem e descobre os meios para se chegar aos responsáveis pelo desaparecimento. A medida que vai se embrenhando na investigação, a jornalista descobre fatos escabrosos sobre os integrantes da seita, que se alimentam de sangue, mas não chegam a ser exatamente vampiros. Atacada e morta pela gangue, Blake ressuscita com a ajuda de um alquimista (daí o título), que a arma com setas de prata, e sai em busca de vingança.

O clima do filme é sombrio, aspecto realçado pela fotografia de tons escuros, do premiado John Toll (que tem dois Oscars no currículo, por Lendas da paixão e Coração valente), e pela montagem rápida, conferindo maior dinamismo à narrativa. O roteiro não fornece muitas explicações, terminamos sem saber ao certo que seita é aquela, quais as suas origens. O fato de a personagem principal ser jornalista só funciona como mote da história, porque isso não é explorado nem retomado. Aliás, ela parece não ter vida própria porque ninguém sente sua falta! Quem faz o papel é Lucy Liu, confirmando sua condição de heroína de filmes de ação, coadjuvada por Michael Chiklis, cuja carreira, por mais personagens que interprete, já ficou marcada pelo Coisa de Quarteto Fantástico e pelo Vic Mackey da série The Shield. Há outros nomes interessantes no elenco, como a sumida Carla Gugino (A criatura da destruição), uma ponta do redivivo Robert Forster logo na primeira cena e a presença de Samantha Shelton, irmã da lourinha Marley Shelton. Foi também o último filme de Mako, veterano ator japonês, astro de, entre outros, O canhoneiro do Yang-Tsé e O Besouro Verde.

Quem detestou Na companhia do medo vai se surpreender ao saber que o roteirista é o mesmo deste aqui, o venezuelano Sebastián Gutiérrez, que também é o diretor, mostrando que parece ter acertado a mão desta vez.

A versão lançada em DVD contém cerca de meia hora a mais do que a apresentada na televisão, mas, infelizmente, não traz qualquer extra.

RISE – A RESSURREIÇÃO (Rise)
Terror
EUA, 2007, 122 minutos.
Direção: Sebastián Gutiérrez.
Elenco: Lucy Liu, Michael Chiklis, James D’Arcy, Robert Forster, Carla Gugino, Samantha Shelton, Mako, Allan Rich.

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