quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Os primeiros melhores do ano


Ainda faltam algumas semanas para o final do ano (ou do mundo, se os maias estiverem corretos – neste caso, faltaria só uma!), mas já começam a aparecer as inevitáveis listas de melhores e piores filmes da temporada. Eu só organizo a minha nos primeiros dias do ano seguinte, afinal, por enquanto há tempo para se descobrir uma pérola ou se aborrecer com alguma sandice. A revista Time já saiu na frente e listou os melhores e piores filmes de 2012, alguns ainda inéditos por aqui.

A hora mais escura: um dos melhores, segundo a Time.
Eis os dez melhores do ano para a Time, com o respectivo diretor entre parênteses: Amor (de Michael Haneke, Palma de Ouro em Cannes), Indomável sonhadora (de Benh Zeitlin, prêmio do júri em Veneza), As aventuras de Pi (de Ang Lee, adaptando um romance supostamente plagiado do nosso Moacyr Scliar), Anna Karenina (de Joe Wright), Batman – o Cavaleiro das Trevas ressurge (de Christopher Nolan), A hora mais escura (de Kathryn Bigelow, a ser lançado), Dark horse (de Todd Solondz), Dragon (de Peter Chan, confesso que desconheço detalhes), Frankenweenie (de Tim Burton) e A guerra invisível (documentário de Kirby Dick). Dessa relação, há quatro que acabaram de ser indicados ao Globo de Ouro em alguma categoria. É de se estranhar a ausência de alguns filmes muito badalados neste final de ano, como Argo e Killer Joe – Matador de aluguel, também cotados ao prêmio da Academia. Também é quase certa a inclusão de A guerra invisível entre os finalistas de sua categoria. Ele foi exibido no Festival do Rio, mas só pude vê-lo na repescagem porque a sessão a que estive presente, durante o evento, foi interrompida na metade por uma falha da projeção. Trata-se de um filme corajoso que denuncia os inúmeros casos de estupro ocorridos nas bases militares norte-americanas todos os anos, uma realidade que é convenientemente ignorada pelas altas autoridades que deveriam combatê-lo – claro, porque são os próprios oficiais quem praticam os crimes. Só a sua indicação já servirá para jogar luzes nesse problema, que é muito sério e precisa ser conhecido.

Mais divertida é a lista dos piores. Também há alguns títulos que não saíram aqui. Ei-la: A viagem (no original, Cloud Atlas, de Tom Tykwer, Andy Wachowski e Lana Wachowski, o famoso épico que marca o retorno de Tom Hanks às telas e, ao que parece, também a derrocada de sua carreira), John Carter – Entre dois mundos (de Andrew Stanton, um dos maiores prejuízos do ano), Hyde Park on Hudson (de Roger Michell, inédito), Abraham Lincoln caçador de vampiros (de Timur Bekmambetov), Guerra é guerra (de McG, achei injusto, é bem divertido), O Lorax – Em busca da trúfula perdida (de Chris Renaud e Kyle Balda), À sombra do inimigo (de Rob Cohen, acabou de entrar em cartaz), O que esperar quando você está esperando (de Kirk Jones, com Rodrigo Santoro), A estranha vida de Timothy Green (de Peter Hedges, só saiu em DVD), e Como agarrar meu ex-namorado (de Julie Anne Robinson). O destaque “às avessas” acaba sendo A viagem, um projeto há muito esperado por se tratar da nova empreitada dos Irmãos Wachowski depois de Matrix, inclusive com vistas ao Oscar, mas que, pelo visto, vai disputar só os prêmios ditos menores (técnicos).

A saga Molusco - Anoitecer: o pior.
Claro que é apenas uma lista entre tantas que sairão nos próximos dias. Como qualquer outra, não tem pretensão de ser definitiva, embora indique tendências que a temporada de premiações que já começou se encarregará de confirmar. E se por um lado é cada vez mais complicado listar dez bons ou ótimos filmes feitos em um ano, por outro, também não é possível resumir em apenas dez o número de bobagens rodadas no cinema. Para mim, por exemplo, mesmo ser ter visto a maioria dos títulos indicados na lista da Time, nada foi ou vai ser tão ruim este ano quanto uma coisa chamada A saga Molusco – Amanhecer, paródia da série Crepúsculo. Não é difícil satirizar a “saga”, mas aqui conseguiram errar simplesmente em tudo: elenco péssimo, humor de banheiro, movido a flatulências, insinuações pornográficas e homossexuais, roteiro inexistente, limitando-se a uma sucessão de cenas desconexas, diálogos pavorosos. O horror, o horror. Pessoal da Razzie Award (Framboesa de Ouro), olho vivo neste aqui. Nunca o pote de pudim estará em tão boas mãos.

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