MUNDO
AMISH - ROMPENDO AS REGRAS
Onde e quando: Discovery
Travel & Living, quarta, 21h; quinta, 2h e 11h; domingo, 14h; quarta, 16h.
Elenco: Não
profissionais (Abe, Jeremiah, Kate, Sabrina e Rebecca).
Sinopse: Quatro jovens
amish e uma garota menonita saem de suas respectivas comunidades e vão para
Nova York, conhecer e experimentar um mundo que lhes é estranho.
Comentários: Não costumo
acompanhar reality shows, mas este me interessou por trazer um elemento de choque
cultural que pareceu, no mínimo, diferente. Certamente vocês já devem ter ouvido falar dos amish,
uma comunidade religiosa extremamente conservadora, originária da Alemanha, que
emigrou para os Estados Unidos no século XVIII e se estabeleceu em algumas
cidades do interior (aqui são Lancaster e Punxsutawney, ambas na Pensilvânia). Tornaram-se
mais conhecidos graças ao filme A
testemunha (1985), de Peter Weir, quase inteiramente rodado entre eles. Os
amish mantêm um rígido código moral de usos e costumes, por exemplo: não dirigem
carros, não usam eletricidade, não ouvem rádio, ou seja, vivem como quando se
estabeleceram em solo norte-americano, sem conhecerem ou utilizarem as
facilidades tecnológicas, como celular e internet, e outras não tão novas, como
televisão ou geladeira! Logo no primeiro episódio, uma das garotas justifica o conservadorismo do grupo, explicando: "Essa é a maneira que nós temos de nos
mantermos a salvo da maldade e da degradação do mundo." Já os menonitas,
dissidentes dos amish na essência da comunidade, formam um grupo mais aberto,
dirigem e consomem bebidas alcoólicas, mas também guardam características
restritivas. O programa começa quando um grupo formado por dois casais amish e
mais uma garota menonita rumam para Nova York, mesmo sabendo que ficarão discriminados
em suas cidades. O choque já começa na chegada, quando pegam um táxi pela
primeira vez, e continua quando saem para dar uma volta pela cidade, conhecem
as lojas, compram óculos escuros em um camelô (a religião condena o uso, é um
incentivo à vaidade), fazem compras em um mercado (o que, entre os amish, é atribuição exclusiva feminina). Claro que acabam sendo ridicularizados e chamados de
pioneiros, e há momentos constrangedores, quando são fotografados pelos
habitantes da metrópole, como se fossem atração de circo, o que mostra como o
ser humano pode sempre ser deprimente. O interesse maior é ver como,
independente da crença que professam e dos costumes que seguem, os jovens têm
os mesmos sonhos, os mesmos anseios consumistas. Uma das meninas quer ser
modelo; outra quer experimentar uma calça jeans; um dos rapazes faz planos de
sair pela noite e paquerar garotas locais. Como em todo reality show, há
aqueles momentos em que eles se confessam para a câmera, e é evidente que
surgirão conflitos ao longo da série. Mas não há paredões, nem eliminação, nem a proposta é de que haja
vencedores ou vencidos, e sim, justamente, que todos os participantes ganhem um
enriquecimento cultural e pessoal ao fim da jornada. No fundo, é um divertimento familiar sadio e inofensivo.
Por
que ver: Pelo aspecto documental da série, cujo foco é mostrar o choque
cultural e passar informações sobre a comunidade amish, naturalmente muito
fechada. Ou seja, raro caso de reality show que tem o que dizer e passar ao público.
Por
que não ver: Só passa dublado (!) e os horários das reprises são ruins. Por ser um reality, só funciona se o
espectador simpatizar com algum dos participantes, o que pode não ser muito
fácil. E fãs desse tipo de programa vão estranhar a falta de conflitos mais
intensos e podem rejeitá-lo inteiramente.
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