
A
tal "Copa das Copas", tão decantada pela presidente aos quatro
cantos, só vai ocorrer mesmo dentro das quatro linhas, e neste sentido Dilma
tem toda a razão. Todas as seleções campeãs do mundo estarão participando, algo
que poucas vezes aconteceu na história da competição. A grande concentração de
craques mundiais também é um atrativo e tanto para o torcedor brasileiro, que
se acostumou a vê-los pela televisão. Alguns já jogaram aqui por ocasião da
Copa das Confederações, casos de Balotelli (Itália), Hernández (México), Suárez
(Uruguai), Xavi e Iniesta (Espanha). Outros atuaram uma vez em amistosos, como
Rooney (Inglaterra) e Cristiano Ronaldo (Portugal). Mas a maioria vai mesmo
fazer sua estréia em gramados brasileiros, e entre eles é claro que se inclui a
estrela principal, Lionel Messi (Argentina), talvez o fator que justifique uma
inusitada torcida nacional pela seleção dos hermanos,
pelo menos até que cheguem a uma hipotética final com o Brasil.
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Falcao García: menos uma estrela na "Copa das Copas"? |
Da
constelação de grandes jogadores, duas ausências já estão garantidas. Uma é a
do marrento sueco Ibrahimovic, que, em um arroubo de humildade, declarou que
qualquer torneio que não conte com sua presença em campo não merece ser visto.
Outra, confirmada nos últimos dias, é a do colombiano Falcao García, que se
contundiu gravemente em jogo do Campeonato Francês na semana passada. O
relatório médico foi implacável: seis meses de estaleiro, o que tira o atacante
automaticamente da Copa. O próprio Falcao postou em uma rede social que está
otimista na recuperação, apesar de tudo, e que ainda tem esperança de disputar
o torneio. Mas é difícil. Ainda que o jogador não apresente o mesmo peso de
outros craques de primeira grandeza do panteão mundial do futebol, como os já
citados, e ainda Neymar, Drogba, Van Persie etc., sua ausência se fará sentir,
sobretudo, por ser o grande nome da Colômbia, que caiu em um grupo
relativamente fácil e que tem no atacante o fator de desequilíbrio frente a
adversários de calibre mais fraco. Sem ele no comando do ataque, a
Colômbia até pode conseguir sucesso na Copa, mas sem dúvida será uma tarefa
mais parelha – e mesmo as chances de ir mais adiante ficam comprometidas.
Pela
sua idade (27 anos), Falcao García ainda tem chances de disputar mais um mundial, talvez
o de 2018, na Rússia. O grande adversário passa a ser a instabilidade de sua
seleção. A Colômbia é uma dessas equipes que apresenta safras sazonais de bons
jogadores, e nem sempre tem presença garantida em um mundial, ao contrário do
que normalmente acontece com as potências do continente. Pode ser que a próxima
geração não seja tão bem entrosada ou talentosa a ponto de ganhar uma vaga no
campo. Pode ser que Falcao chegue ao próximo mundial já distante de sua melhor
forma – como está hoje, seria sem dúvida uma das grandes atrações da torcida e
do mundial. O fato é que, se não puder jogar uma Copa, ao menos Falcao estará
em boa companhia, já que é grande a lista de craques que nunca a disputaram.
É
o primeiro desfalque da "Copa das Copas" dentro do campo. Porque,
fora, nem vale a pena listar todas as baixas.