Onde e quando: MTV,
terça-feira, 21h30; quinta-feira, 22h; sábado, 16h e 21h30; domingo, 00h; e
segunda-feira, 19h30.
Elenco: Maria Eugênia.
Sinopse: Maria Eugênia
vive uma semana como filha adotiva em casas diferentes.
Comentários: No ano passado,
a MTV produziu Papito in love, que
era exibido à exaustão pela emissora e no qual o roqueiro Supla escolhia uma
namorada entre diversas candidatas. A vencedora foi uma tal Maria Eugênia, ou
Mareu, que aqui se apresenta como DJ e produtora de moda. Verdadeiro ou peça de
marketing, o fato é que o namoro acabou logo, mas a moça tentou se dar uma sobrevida no meio artístico e criou esse programa para brilhar sozinha e explorar sua imagem até o bagaço. Os executivos do canal também devem ter visto potencial nela, porque encamparam a idéia. Portanto, este Adotada é um um
spin-off de reality show, coisa que eu nunca tinha visto. O esquema funciona
assim: a cada semana, Mareu vai morar como filha adotiva de alguma família, geralmente
de classe média ou média alta, quase sempre em São Paulo ou cidades próximas do
Grande ABC (mas também há episódios gravados no Rio de Janeiro, Espírito Santo
e até na Bahia). Diz que nunca tem idéia do que vai acontecer, mas é claro que deve haver um roteiro pré-preparado para ser seguido por quem topa recebê-la. Durante sete dias, ela interage com os habitantes da casa, os
membros da família, participa de seu cotidiano, até dá expediente no trabalho
do pai, da mãe ou de algum dos filhos. Também os faz experimentar um pouco do
seu mundo, levando-os para baladas, festas e agitos, dando dicas de moda etc. Embora seja simpática, brincalhona e não tenha problemas para se entrosar localmente – ao menos é a imagem que passa – , é claro que surgem
desavenças, muitas causadas pela língua ferina da moça, que fala o que pensa e
não se incomoda em chocar ou desafiar normas familiares estabelecidas. Em um
dos episódios, por exemplo, ela bateu de frente com um pai cujo filho é
homossexual e não respeita nem aceita a opção do rebento. Então, fingiu ser
transexual (!) para que o chefe da família reavaliasse seus preconceitos. Na
base da conversa, que eventualmente descamba para a discussão, mas felizmente
sem baixaria nem violência, tenta mostrar a visão muitas vezes bastante
conservadora (para não dizer preconceituosa mesmo) que cerca as pessoas e as
contradições sociais que ainda persistem no seio da família tradicional brasileira.
Como todo mundo sabe que tudo é gravado, não sei até que ponto vai a
naturalidade das situações ou começa a encenação. Mas este é um problema inerente
de todo reality show. A contrapartida vem no final. Mareu escreve um dossiê com
as impressões que teve daquela família, expõe o que viu de bom e ruim e deixa
dicas para melhorar a convivência entre todos.
Por que ver? Não deixa de ser
uma opção diferente para quem gosta desse tipo de atração. E Maria Eugênia é
boa de se pôr os olhos (descontada a magreza excessiva).
Por que não ver?
É mero entretenimento, sem qualquer conteúdo. E é sempre constrangedor ver pessoas comuns se expondo na televisão, tudo
em troca de alguns trocados.
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