Acertei o principal
prognóstico do Oscar 2013: errei quase todos os palpites que dei. Foi disparado
meu pior desempenho em todos os tempos, apenas 3 acertos (em 24 categorias!),
um vexame que pode levar muitos leitores eventuais a acharem que o articulista
não entende nada de cinema. Mas o desastre tem uma explicação: pus muito
coração nos meus palpites, optei por marcar muito da minha torcida e deixei de
lado o aspecto racional do jogo. E todo mundo sabe que em bolão (seja de
cinema, seja de futebol) o que vale é a razão.
Mas foi mesmo um Oscar
meio estranho. O filme vencedor não foi o mais premiado da noite (não é comum,
embora venha se observando com freqüência nos últimos tempos), nem legou prêmio
ao seu diretor (foi apenas a quarta vez que isso aconteceu), categoria técnica
com empate (aí sim foi inédito, embora empates já tenham ocorrido nas
categorias de interpretação, a última para Melhor Atriz em 1969). Outros
ineditismos foram legais de ver. Daniel Day-Lewis tornou-se o primeiro ator a ganhar três vezes o Oscar na categoria principal (e se igualou em prêmios com Jack Nicholson, que ganhou uma vez como coadjuvante, e Walter Brennan, que só venceu como coadjuvante). E Tarantino finalmente levou sua segunda estatueta para casa, agora sem dividir os méritos com ninguém (ganhou por Pulp fiction - tempo de violência em 1996, em parceria com Roger Avary). Mais do que merecido. A ironia - e
provavelmente vão querer me apedrejar pela opinião - é que ela veio justamente
por seu filme mais fraco. Django livre é
desnecessariamente longo, prejudicado por ter vários finais (a gente espera que
acabe ali e continua), um ritmo claudicante no longo entrecho passado na mansão
de Leonardo Di Caprio que derruba o filme, e violência excessiva, mesmo que ela
seja comum nos filmes do diretor. Talvez seja o primeiro filme de Tarantino em
que o excesso de sangue na tela me incomodou, não tinha aquela leveza e
gaiatice de seus trabalhos anteriores e com as quais já nos acostumamos (aquela
luta dos mandingos na sala do Di Caprio, o que é aquilo? E o ataque dos
cachorros? Sinceramente, um pouco acima do que posso suportar, pela
gratuidade). Mas ele merecia há tempos, agora é esperar que se consagre
definitivamente como realizador e leve um Oscar de direção - e já abro a
aposta, o próximo filme dele que for indicado sairá vencedor. Christoph Waltz "roubou" o Oscar de
Coadjuvante de Tommy Lee Jones, mas qualquer um que levasse ali seria
merecido. Duro de engolir foi mesmo
Jennifer Lawrence ganhando um Oscar ainda precoce, a meu ver. Não está bem em O lado bom da vida, pode ser uma
intérprete de futuro, mas ainda não convence. Futuro que parece ter chegado
para Anne Hathaway, que, graças a uma única cena, engoliu suas concorrentes -
mas ainda acho que foi mais uma decisão política do que por méritos, aliás,como
há tantas no Oscar.
O grande derrotado da
noite acabou sendo Lincoln, que só
levou dois Oscars dos 12 a que concorria. E não é que Spielberg perdeu o que já
parecia certo? Será que a Academia gosta tanto assim de As aventuras de Pi ou do Ang Lee? Acho o filme fraco e não lhe
daria mais do que dois prêmios. E nunca vi um Oscar de Canção tão anunciado
quanto foi o de Adele. Certo, ela teve a desculpa de se apresentar em uma
homenagem aos 50 anos da franquia James Bond, mas ficou meio evidente que
levaria o prêmio, não? O elenco de Os
miseráveis defendeu com brilho a música concorrente, mas a apresentação
acabou se perdendo em meio a outras dos musicais da última década. E por que
não deixaram o Seth MacFarlane defender a sua?
No fim, a vitória de Argo acabou sendo justa. É um ótimo
filme, tenso, bem montado - e a senha para saber que ele seria o premiado veio
com os Oscars de Montagem e Roteiro Adaptado, raramente o vencedor deixa de
sair vitorioso em uma dessas categorias. No entanto, pode ser que eu esteja
errado, desconfio que ele se tornará um dos menos lembrados ganhadores de
Oscar. Esperemos para ver.
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FRAMBOESA
DE OURO
Na noite anterior ao
Oscar, foram anunciados os vencedores do Framboesa de Ouro, que voltou a ser
entregue em sua data habitual. Ano passado, a cerimônia só ocorreu em abril por
uma jogada de marketing. Como era esperado, a turma da "saga" Crepúsculo embolsou a maioria dos
prêmios, levando sete das 11 nomeações que recebera. Veja abaixo a
relação completa dos vencedores.
FILME: Amanhecer - parte 2
DIRETOR:
Bill Condon (Amanhecer - parte 2)
ATOR: Adam Sandler (Este é o meu
garoto)
ATRIZ: Kristen Stewart (Amanhecer -
parte 2 e Branca de Neve e o caçador)
ATOR
COADJUVANTE: Taylor Lautner (Amanhecer - parte 2)
ATRIZ
COADJUVANTE: Rihana (Battleship
- a batalha dos mares)
DUPLA: Taylor Lautner e Mackenzie Foy (Amanhecer
- parte 2)
CONJUNTO:
Amanhecer
- parte 2
ROTEIRO:
Este é o
meu garoto
REMAKE /
SEQÜÊNCIA: Amanhecer - parte 2
Votar com o coração nunca dá certo :(
ResponderExcluirAprendi a lição...
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