OS GOLDBERGS
Onde e quando: Comedy Central, quarta-feira, 20h30; quinta-feira, 00h; sábado, 20h; domingo, 13h; e quarta-feira, 20h.
Onde e quando: Comedy Central, quarta-feira, 20h30; quinta-feira, 00h; sábado, 20h; domingo, 13h; e quarta-feira, 20h.
Elenco: Sean Giambrone, Wendi
McLendon-Covey, Jeff Garlin, Troy Gentile, Hayley Orrantia e George Segal.
Sinopse: O dia a dia de
uma típica família norte-americana de classe média nos anos 80.
Comentários: Séries que
enfocam o universo familiar costumam render maravilhosamente bem na TV, seja em
dramas (Brothers e sisters), na
comédia (o nosso A grande família) e
mesmo na animação (Os Simpsons). Funcionam tão bem que acabam gerando um sem-número de produtos, o que, por um lado, deixa tudo meio repetitivo. Por outro lado, é notável observar como a
série consegue extrair o máximo a partir de um ponto de partida já tão
explorado. Muito por conta dos excelentes diálogos, repletos de coloquialismo e
graça, e das situações com as quais é fácil se identificar porque, em maior ou
menor grau, são comuns à maioria de nós. Afinal, nem todo mundo trabalha na polícia, ou nos bombeiros, ou resolve investigações rocambolescas, mas todos têm família! A grande sacada é que o criador Adam F. Goldberg se inspirou em sua própria família para criar os roteiros (daí o sobrenome), que
reproduzem fatos que ocorreram de verdade com ele durante a infância, sempre no
seio familiar. Claro que há certas invencionices, mas o ponto de partida é
aquele mesmo. Assim, temos a matriarca, muito amorosa mas um tanto avoada, Beverly
(McLendon-Covey, que tem quase 60 créditos como atriz, a maioria na TV), que
faz de tudo pelos rebentos, mesmo que às vezes os façam passar vergonha, ou,
como se diria na época, "pagar mico"; o pai, Murray, um protótipo de
Homer Simpson, grosseirão, que tem o hábito de andar de cueca pela casa (Garlin),
mas que, no fundo, é sensível. É ao redor dos três filhos que giram quase todos
os episódios. O irmão mais velho, Barry (Gentile), marrento e às voltas com os
dramas próprios da recém-iniciada adolescência; a irmã Erica (Orrantia),
princesinha da casa, mas que ainda não teve maiores chances ao longo da série,
servindo mais como elo entre os personagens; e o caçula, Adam (Giambrone), que
vem a ser o próprio, e que, talvez por isso mesmo, catalisa a atenção de quase
todas as ações. Nos primeiros episódios, ele aparece com uma handycam, filmando e registrando
momentos familiares, com a história se desenvolvendo a partir daí, mas este
recurso é abandonado logo depois. Também orbita esse microcosmo o avô Popps (o
veterano Segal, de Olha quem está falando
e inúmeros outros), sempre de alto-astral, carinhoso com os netos e os ajudando
a se livrar das encrencas. No final dos episódios, sempre há uma cena, feita
com a filmadora do Goldberg "real", ainda na infância, mostrando trechos verdadeiros
de algum episódio familiar relacionado ao que se acabou de ver. Original e que
mostra a incrível semelhança, tanto entre os personagens e as pessoas reais
quanto a alguma cena recriada na ficção. Outro atrativo é relembrar ou conhecer
como era a vida nos anos 80, quando não havia celular, computadores eram um
luxo de poucos domicílios e o maior desejo das crianças era ter uma bicicleta
(hoje, suponho, seja o tablet de última geração).
Por que ver? Pelo vigor dos
roteiros, que conseguem tirar leite de pedra e criar situações hilariantes,
mesmo que o assunto não seja original, diálogos afiados e a simpatia de todo o
elenco. Há vários horários de reprise, o que facilita para acompanhar.
Por que não ver?
Só
passa dublado, como toda a programação do canal. E, no fundo, acaba sendo mais
uma comédia sobre uma família disfuncional. Alguém ainda encara?