quinta-feira, 31 de julho de 2014

Séries Fritas - Os Goldbergs

OS GOLDBERGS
Onde e quando: Comedy Central, quarta-feira, 20h30; quinta-feira, 00h; sábado, 20h; domingo, 13h; e quarta-feira, 20h.
Elenco: Sean Giambrone, Wendi McLendon-Covey, Jeff Garlin, Troy Gentile, Hayley Orrantia e George Segal.
Sinopse: O dia a dia de uma típica família norte-americana de classe média nos anos 80.


Comentários: Séries que enfocam o universo familiar costumam render maravilhosamente bem na TV, seja em dramas (Brothers e sisters), na comédia (o nosso A grande família) e mesmo na animação (Os Simpsons). Funcionam tão bem que acabam gerando um sem-número de produtos, o que, por um lado, deixa tudo meio repetitivo. Por outro lado, é notável observar como a série consegue extrair o máximo a partir de um ponto de partida já tão explorado. Muito por conta dos excelentes diálogos, repletos de coloquialismo e graça, e das situações com as quais é fácil se identificar porque, em maior ou menor grau, são comuns à maioria de nós. Afinal, nem todo mundo trabalha na polícia, ou nos bombeiros, ou resolve investigações rocambolescas, mas todos têm família! A grande sacada é que o criador Adam F. Goldberg se inspirou em sua própria família para criar os roteiros (daí o sobrenome), que reproduzem fatos que ocorreram de verdade com ele durante a infância, sempre no seio familiar. Claro que há certas invencionices, mas o ponto de partida é aquele mesmo. Assim, temos a matriarca, muito amorosa mas um tanto avoada, Beverly (McLendon-Covey, que tem quase 60 créditos como atriz, a maioria na TV), que faz de tudo pelos rebentos, mesmo que às vezes os façam passar vergonha, ou, como se diria na época, "pagar mico"; o pai, Murray, um protótipo de Homer Simpson, grosseirão, que tem o hábito de andar de cueca pela casa (Garlin), mas que, no fundo, é sensível. É ao redor dos três filhos que giram quase todos os episódios. O irmão mais velho, Barry (Gentile), marrento e às voltas com os dramas próprios da recém-iniciada adolescência; a irmã Erica (Orrantia), princesinha da casa, mas que ainda não teve maiores chances ao longo da série, servindo mais como elo entre os personagens; e o caçula, Adam (Giambrone), que vem a ser o próprio, e que, talvez por isso mesmo, catalisa a atenção de quase todas as ações. Nos primeiros episódios, ele aparece com uma handycam, filmando e registrando momentos familiares, com a história se desenvolvendo a partir daí, mas este recurso é abandonado logo depois. Também orbita esse microcosmo o avô Popps (o veterano Segal, de Olha quem está falando e inúmeros outros), sempre de alto-astral, carinhoso com os netos e os ajudando a se livrar das encrencas. No final dos episódios, sempre há uma cena, feita com a filmadora do Goldberg "real", ainda na infância, mostrando trechos verdadeiros de algum episódio familiar relacionado ao que se acabou de ver. Original e que mostra a incrível semelhança, tanto entre os personagens e as pessoas reais quanto a alguma cena recriada na ficção. Outro atrativo é relembrar ou conhecer como era a vida nos anos 80, quando não havia celular, computadores eram um luxo de poucos domicílios e o maior desejo das crianças era ter uma bicicleta (hoje, suponho, seja o tablet de última geração).


Por que ver? Pelo vigor dos roteiros, que conseguem tirar leite de pedra e criar situações hilariantes, mesmo que o assunto não seja original, diálogos afiados e a simpatia de todo o elenco. Há vários horários de reprise, o que facilita para acompanhar.
Por que não ver? Só passa dublado, como toda a programação do canal. E, no fundo, acaba sendo mais uma comédia sobre uma família disfuncional. Alguém ainda encara?

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