quinta-feira, 10 de julho de 2014

Sete vexames

Em termos de vexame mundial, nada jamais irá chegar perto da goleada acachapante que a Seleção Brasileira levou da Alemanha na semifinal da Copa, disputada debaixo dos nossos narizes. E pensar que, em outras ocasiões, pensamos que nada podia ser pior em termos de humilhação... Pouco importa que a relação a seguir traga jogos válidos por competições cujo peso é bem mais leve perto de um Mundial: era o Brasil em campo, e isso basta.

Seguem outras sete humilhações, todas, a seu modo, catastróficas – e todas redimidas desde o último dia 8 de julho.

Segundo gol chileno em 87. Imagem ruim foi a da Seleção.
1987 – COPA AMÉRICA: BRASIL 0x4 CHILE – Antes da partida, o técnico chileno Orlando Aravena deu a declaração que se tornou antológica: "O Brasil é como o leão da Metro, só faz barulho mas não machuca ninguém." O pior é que, dentro de campo, nossa seleção teve mesmo o comportamento de um inofensivo gatinho. Foi neste jogo que o goleiro Rojas apareceu para o mundo e foi depois contratado pelo São Paulo, onde ficou até o episódio do sinalizador, dois anos depois.

1992 – TORNEIO PRÉ–OLÍMPICO: BRASIL 1x1 VENEZUELA – Foi uma das últimas edições do torneio, depois substituído pelo Mundial de Juniores para fins de classificação olímpica. Ao Brasil, bastava uma vitória simples para seguir na disputa. E o jogo era logo contra o maior saco de pancadas do continente. Bicho garantido, goleada à vista... Mas eles saíram na frente e só empatamos no sufoco na metade do segundo tempo. Elivélton fez o gol, pouco para nos fazer avançar.

1996 – TORNEIO OLÍMPICO: BRASIL 3x4 NIGÉRIA – A coleção de vexames brasileiros na competição vem de longe. Na estréia do torneio, o Brasil já tinha perdido para o poderoso Japão. Aqui era semifinal, e o time que tinha Ronaldo e Bebeto fez fácil 3x1. Permitiu o empate no último minuto do jogo e levou o "gol de ouro" no primeiro lance da prorrogação, ambos marcados por Kanu. Entramos pelo "kanu", e a medalha de bronze conquistada depois teve brilho de lata.

2000 – TORNEIO OLÍMPICO: BRASIL 1x2 CAMARÕES – Canto do cisne de Wanderley Luxemburgo no comando da Seleção.  Mais uma vez, era a semifinal do torneio. O time africano saiu na frente, o Brasil empatou nos acréscimos com Ronaldinho, mas perdeu na morte súbita. O detalhe do vexame: àquela altura, Camarões atuava com nove jogadores, depois de perder dois atletas expulsos.

Martínez, o carrasco hondurenho em 2001.
2001 – COPA AMÉRICA: BRASIL 0x2 HONDURAS – Que diabos uma seleção da América Central fazia disputando uma competição da Conmebol? Honduras entrou como substituta da Argentina, que se recusou a participar dessa edição, realizada na Colômbia, e acabou protagonizando uma das maiores zebras da história. Ainda por cima, jogou com um uniforme parecido com o do nosso maior rival, o que rendeu um caldeirão de piadas para eles no dia seguinte.

2007 – TORNEIO PAN-AMERICANO: BRASIL 2x4 EQUADOR – Perder de forma vexatória dentro de casa não é novidade para a Seleção. Em pleno Maracanã, diante de 70 mil pessoas, o time sucumbiu sem apelação diante de um freguês histórico, quando o empate já nos bastava. Se serve de atenuante, o Brasil foi representado pela equipe de juvenis (hoje é a chamada Sub-17), que meses depois decidiu o Mundial da categoria contra Gana – e tornou a perder, mas pelo menos, foi pelo placar mínimo.

2011 – TORNEIO PAN-AMERICANO: BRASIL 1x3 COSTA RICA – Pela segunda vez consecutiva, o Brasil foi eliminado da competição por um adversário sem tradição e muito inferior tecnicamente. O placar foi construído já no primeiro tempo, quando a Costa Rica deu um banho de bola, e, como a Alemanha de agora, relaxou na etapa final, senão a vergonha teria sido maior.

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