SWITCHED AT BIRTH
Onde e quando: Sony Spin,
segundas, 23h; domingos, 21h.
Estrelas: Katie Leclerc, Vanessa
Marano, Sean Berdy, Marlee Matlin (em alguns episódios).
Sinopse: Duas meninas que foram
trocadas na maternidade se reencontram após 16 anos. De famílias antagônicas
(uma rica, outra pobre), tentam juntar suas vidas e lidar com a nova realidade
que se impõe. Há um elemento complicador: uma das garotas é surda, o que
forçará mudanças radicais em todos os envolvidos.
Por que ver: Não me lembro de
nenhuma outra série que trate de um tema parecido e inclua uma deficiente
auditiva entre seus personagens principais. Assim, ela acaba funcionando como
plataforma para discussão a respeito da convivência entre diferentes, trazendo
à tona os problemas de interação social experimentados pelos surdos. Esse
detalhe reforça o caráter dramático da série, que, por sua natureza, pode
servir especialmente para estudantes de áreas conexas à realidade mostrada
(fonoaudiologia, pedagogia), já que tem várias cenas “faladas” na língua de
sinais – as diferenças entre a língua norte-americana de sinais e a nossa
libras podem render bons debates. As duas atrizes principais são muito bonitas,
e Katie Leclerc, que interpreta a surda Daphne, é especialmente talentosa. Um
grande achado da produção foi ter encontrado um ator surdo-mudo para
interpretar o mesmo papel na série, o jovem Sean Berdy, o que confere mais
realismo e verossimilhança à história.
Por que não ver: Sofre do mesmo
mal que acomete outras produções em série: a temporada longa (são 22 episódios)
obriga os roteiros a caírem na repetição. Uma vez superado o estranhamento da
situação inicial, a ambientação da garota surda acontece sem maiores conflitos,
como se tivesse passado a vida inteira convivendo entre os ouvintes. Em que
pese o fato de usar um aparelho auditivo, parece não encontrar dificuldade
alguma no seu dia a dia. O pai de uma delas reaparece e lá pelo meio inventam
uma história de crime cometido em seu país de origem (é italiano), sem que isso
abale as estruturas das relações entre os personagens, e o assunto é logo
deixado de lado também. Da mesma forma que alguns temas que poderiam render são
logo abandonados. Por exemplo, o namorado negro de uma das garotas leva um fora
logo no começo, se engraça para a irmã surda (que é loura) e também é
despachado (deve ser muito ruim de namoro!). Ou seja, os roteiristas não
quiserem se comprometer com assuntos mais explosivos, talvez temendo pesar
demais uma atração voltada basicamente para o entretenimento. A ausência de
nomes famosos no elenco pode afastar o espectador. Posso estar enganado, mas a
série me passa a impressão de ser melhor compreendida e angariar mais simpatia
por parte do público feminino.
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