sexta-feira, 4 de maio de 2012

Fritas no cardápio


PARAÍSOS ARTIFICIAIS – A grande aposta do cinema brasileiro neste primeiro semestre chega amparada por uma forte campanha de marketing e ótimas críticas recebidas em festivais internacionais por onde foi exibido. O premiado diretor Marcos Prado, que fez muito sucesso com seu documentário Estamira, usa as raves, festas de música eletrônica que varam a madrugada, como ponto de partida para o triângulo amoroso que se estabelece entre uma talentosa DJ (Nathália Dill), sua melhor amiga (Lívia de Bueno) e um jovem misterioso (Lucas Bianchi).


 Juntos, eles vivem momentos intensos, mas são separados pelas contingências da vida. Anos depois, o trio se reencontra em Amsterdã, mas há alguns segredos entre eles. Com bela fotografia e locações na Holanda, o filme tenta conquistar o espectador mais jovem, que costuma torcer o nariz para o cinema nacional, usando até cenas de beijo entre as duas atrizes. A grande dúvida é se vai fisgar também a chamada Nova Classe C, que, ao que parece, rejeita produções mais elaboradas, vide o fracasso comercial do belo Xingu.
Veja o trailer. 


LUZ NAS TREVAS – Finalmente chega às telas este filme que passou os últimos dois anos encostado pelos distribuidores, mas que arrancou elogios pelos festivais e mostras por que foi exibido. É a famosa continuação de O bandido da luz vermelha, o grande clássico do cinema marginal concebido por Rogério Sganzerla em 1968.


 A viúva do diretor, Helena Ignez, musa dele e de outros realizadores daquele período, escreveu esta continuação e debuta na direção contando duas histórias paralelas, a realidade da prisão em que está encarcerado o bandido e as ações criminosas de seu filho, que se inicia na mesma vida que o pai levou. Como todos sabem, a história original foi inspirada pelo criminoso João Acácio Pereira da Costa, raro caso de malfeitor que cumpriu integralmente sua pena máxima nas cadeias brasileiras (hoje, qualquer vagabundo sai depois de cumprir um terço da pena). Na ausência de Paulo Villaça, coube a Ney Matogrosso encarnar o personagem, em atuação emocionada e contundente, que lhe valeu diversos prêmios em festivais.
Veja o trailer.


GIRIMUNHO – No interior mineiro, duas senhoras observam o redemoinho dos rios enquanto trocam idéias e impressões sobre a longa vida que já viveram. Uma experiência de cinema sinestésico, ou seja, importa mais o que o espectador vai sentir, estimulado pelos sons, pelas luzes e pela poesia inerente à narrativa, do que a maneira como a história se desenvolve. Essa combinação de impressões é que será responsável pela catarse emocional de quem vê. Parece programa de índio, mas é um tipo de filme que pede um espectador disposto a mergulhar em seu universo muito particular, algo infelizmente raro hoje em dia. O título quer dizer exatamente “redemoinho”.

O HOMEM QUE NÃO DORMIA – Este é apenas o segundo longa da carreira de Edgar Navarro, cineasta baiano de 54 anos que estreou no formato apenas em 2005, com o lírico Eu me lembro, ganhador do Festival de Brasília naquele ano.


Uma narrativa de toques fantásticos une cinco personagens que despertam de um pesadelo em comum. O diretor é considerado cult por boa parte da crítica, mas pouco conhecido dos espectadores, que terão de embarcar no clima onírico e mágico para curtir este filme de belas imagens e poucas explicações fáceis.
Veja o trailer:



UM HOMEM DE SORTE – Mais um filme baseado em livro de Nicholas Sparks chega às telas, destino óbvio e final de toda sua obra. Não há novidades na trama, que pode ser resumida a: casal se conhece; casal se apaixona; casal sofre; alguém morre. Previsível até o último fotograma. Mas Sparks tem fãs fiéis, que gostam de suas tramas melodramáticas e certamente irão apreciar esta fita nos cinemas. Nova tentativa para Zac Efrom provar que pode ser bom ator dramático. Para quem gosta de chorar.

ANJOS DA LEI – Se o título evoca lembranças, não é por acaso. Esta é a versão para cinema de uma popular série de TV nos anos 80, que acabou meio esquecida pelo tempo, e cujo grande mérito foi ter revelado um jovem ator chamado Johnny Depp, que aqui aparece fazendo uma ponta. A “Capela Jump Street” do original era uma unidade de polícia camuflada, formada por jovens policiais para combater o crime nas escolas. Aqui, o enfoque maior é na comédia. Por ironia do destino, o filme chega às telas ao mesmo tempo em que o governo do Estado autorizou que policiais façam vigília nas escolas. Para saudosistas e quem não tiver muitas opções.

MINHA FELICIDADE – A estréia alternativa da semana é este filme russo que chega com atraso ao circuito (já está disponível na rede). Um caminhoneiro se perde pelas estradas de seu país e vai parar em uma cidade cheia de moradores estranhos. O cotidiano que ele descobre servirá para alterar sua percepção de vida e humanidade para sempre. A ironia do título é proposital.
Veja o trailer:



CONSPIRAÇÃO AMERICANA – O blockbuster da semana é este drama de suspense dirigido por Robert Redford, que acompanha a investigação do assassinato do presidente Abraham Lincoln. Sem mais importância.

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