Cinéfilos a postos! O Festival do Rio começa no próximo dia 24 (para convidados; para o grande público, a partir do dia 25) e, até seu encerramento, em 8 de outubro, irá mobilizar corações e mentes da comunidade cinéfila da cidade. Serão cerca de 350 títulos em exibição, de todos os gêneros, divididos em várias mostras, algumas homenagens e retrospectivas, espalhados por mais de 15 salas do Centro e da Zona Sul (um aspecto que particularmente me incomoda na organização do evento é essa restrição geográfica, que, muitas vezes, confere ao festival um caráter de gueto. Será que não existe um único cinema na Zona Norte em condições de receber o festival? Não existe público cinéfilo naquela região? E mesmo se forem poucos os que moram lá, por que têm de se deslocar para outras áreas da cidade? Uma explicação é que o Grupo Estação, que organiza a maratona, não possui salas na Zona Norte, o que naturalmente já dificulta a programação por lá. Exceção feita, talvez, ao Ponto Cine, em Guadalupe, que foi sede nos dois últimos anos, mas ainda é pouco).
Muitos filmes já foram confirmados pela organização e a programação deve ser divulgada até o final desta semana. O cardápio de 2009 é suculento, reunindo os novos trabalhos de Almodóvar, Resnais, Tarantino, Ang Lee e outros (mas, até agora, não há confirmação do novo Woody Allen, Tudo pode dar certo). Além de vários outros menos conhecidos, que, no fim das contas, são o grande atrativo de um festival de cinema. Perdido entre tantas opções, pode estar aquele filme inesquecível, aquela pérola que você só viu ali e poderá contar aos amigos nas edições seguintes. Todo mundo que freqüenta o festival tem uma história dessas. Lembro-me de um filme chinês que assisti há dois anos, chamado Sombras elétricas, uma pequena obra-prima tendo o cinema como elemento de interseção na vida de duas famílias. Nunca foi lançado no Brasil nem saiu em DVD, mas ficou na memória. Candidatos a novos queridinhos do público não faltam. É só garimpar.
De minha parte, há alguns títulos imprescindíveis. Já citei Bastardos inglórios, o novo do Tarantino, um drama de guerra estrelado por Brad Pitt. Também Os abraços partidos, que marca a volta de Almodóvar ao festival após um hiato de cinco anos (seu último filme, Volver, passou aqui em 2004; aliás, Almodóvar é o típico caso de diretor que foi descoberto pelo público em um Festival do Rio, há mais de 20 anos e, desde então, só tem feito engrossar seu séquito de admiradores). O sempre polêmico austríaco Michael Haneke comparece com A fita branca, grande vencedor da Palma de Ouro (e será que veremos também Líbano, que acabou de ser premiado em Veneza?). Há ainda 12 homens e uma sentença, de Nikita Mikhalkov (indicado ao Oscar de Filme Estrangeiro em 2008), Distantes nós vamos (Sam Mendes), o aguardado Aconteceu em Woodstock, tributo de Ang Lee aos quarenta anos do festival de música mais famoso de todos os tempos (e que será o filme de abertura), A batalha dos 3 reinos (John Woo), Eu te amo, Nova York (nos mesmos moldes de Paris, te amo, de 2007, e que marca a estréia da atriz Natalie Portman como diretora em um dos episódios). Todos incluídos no Panorama, a mostra principal. Mas é claro que há muito mais a se ver.
Um dos imperdíveis do festival é o filme indiano Como estrelas no céu, já sugerido pelo companheiro Ibirá Machado aqui no blog (no texto “Introdução ao cinema indiano II”, de julho), que teve o título modificado (vai ser exibido como Somos todos diferentes), e infelizmente programado para a mostra Geração, voltada a crianças e adolescentes (ou seja, bagunça no cinema). Mas é obrigatório. Na mesma mostra, o finlandês O lar das borboletas escuras merece uma conferida. Nunca vi nenhum filme da Geração por ter a quase certeza de me aborrecer com a platéia, mas acho que, este ano, finalmente vou encarar.
Outra atração é a mostra Imagens da Turquia, com seis produções recentes daquele país, que já nos legou 3 macacos, ainda em cartaz. Uma novidade deste ano é a mostra dedicada a filmes que tenham o meio ambiente como temática. E haverá ainda uma homenagem à atriz francesa Isabelle Huppert, incluindo 8 mulheres (François Ozon) e Mulheres diabólicas (Claude Chabrol).
Minha primeira participação no Festival do Rio ocorreu em 2002. Naquele ano, vi apenas 8 filmes, só para testar o esquema e me ambientar com o evento. De lá para cá, tornei-me rato de festival. Já no segundo ano, minha cota pulou para 20 filmes. Parece impossível, mas há quem assista a mais de 100 filmes nas duas semanas de maratona. Nunca cheguei nem perto disso (meu recorde foi ano passado: 40 filmes), mas também nunca me importei. No final, sempre fica aquela sensação de que poderia ter visto mais. Aí, é preparar o espírito para o festival do ano que vem e tentar se organizar melhor...
Durante o festival, tentarei atualizar este espaço pelo menos duas vezes por semana, com críticas, impressões, comentários, enfim, tentando “dar o recado” ainda em cima do lance. As atualizações das quartas-feiras estão mantidas, mas outras poderão acontecer a qualquer momento. E que venha o Festival do Rio!
Muitos filmes já foram confirmados pela organização e a programação deve ser divulgada até o final desta semana. O cardápio de 2009 é suculento, reunindo os novos trabalhos de Almodóvar, Resnais, Tarantino, Ang Lee e outros (mas, até agora, não há confirmação do novo Woody Allen, Tudo pode dar certo). Além de vários outros menos conhecidos, que, no fim das contas, são o grande atrativo de um festival de cinema. Perdido entre tantas opções, pode estar aquele filme inesquecível, aquela pérola que você só viu ali e poderá contar aos amigos nas edições seguintes. Todo mundo que freqüenta o festival tem uma história dessas. Lembro-me de um filme chinês que assisti há dois anos, chamado Sombras elétricas, uma pequena obra-prima tendo o cinema como elemento de interseção na vida de duas famílias. Nunca foi lançado no Brasil nem saiu em DVD, mas ficou na memória. Candidatos a novos queridinhos do público não faltam. É só garimpar.
De minha parte, há alguns títulos imprescindíveis. Já citei Bastardos inglórios, o novo do Tarantino, um drama de guerra estrelado por Brad Pitt. Também Os abraços partidos, que marca a volta de Almodóvar ao festival após um hiato de cinco anos (seu último filme, Volver, passou aqui em 2004; aliás, Almodóvar é o típico caso de diretor que foi descoberto pelo público em um Festival do Rio, há mais de 20 anos e, desde então, só tem feito engrossar seu séquito de admiradores). O sempre polêmico austríaco Michael Haneke comparece com A fita branca, grande vencedor da Palma de Ouro (e será que veremos também Líbano, que acabou de ser premiado em Veneza?). Há ainda 12 homens e uma sentença, de Nikita Mikhalkov (indicado ao Oscar de Filme Estrangeiro em 2008), Distantes nós vamos (Sam Mendes), o aguardado Aconteceu em Woodstock, tributo de Ang Lee aos quarenta anos do festival de música mais famoso de todos os tempos (e que será o filme de abertura), A batalha dos 3 reinos (John Woo), Eu te amo, Nova York (nos mesmos moldes de Paris, te amo, de 2007, e que marca a estréia da atriz Natalie Portman como diretora em um dos episódios). Todos incluídos no Panorama, a mostra principal. Mas é claro que há muito mais a se ver.
Um dos imperdíveis do festival é o filme indiano Como estrelas no céu, já sugerido pelo companheiro Ibirá Machado aqui no blog (no texto “Introdução ao cinema indiano II”, de julho), que teve o título modificado (vai ser exibido como Somos todos diferentes), e infelizmente programado para a mostra Geração, voltada a crianças e adolescentes (ou seja, bagunça no cinema). Mas é obrigatório. Na mesma mostra, o finlandês O lar das borboletas escuras merece uma conferida. Nunca vi nenhum filme da Geração por ter a quase certeza de me aborrecer com a platéia, mas acho que, este ano, finalmente vou encarar.
Outra atração é a mostra Imagens da Turquia, com seis produções recentes daquele país, que já nos legou 3 macacos, ainda em cartaz. Uma novidade deste ano é a mostra dedicada a filmes que tenham o meio ambiente como temática. E haverá ainda uma homenagem à atriz francesa Isabelle Huppert, incluindo 8 mulheres (François Ozon) e Mulheres diabólicas (Claude Chabrol).
Minha primeira participação no Festival do Rio ocorreu em 2002. Naquele ano, vi apenas 8 filmes, só para testar o esquema e me ambientar com o evento. De lá para cá, tornei-me rato de festival. Já no segundo ano, minha cota pulou para 20 filmes. Parece impossível, mas há quem assista a mais de 100 filmes nas duas semanas de maratona. Nunca cheguei nem perto disso (meu recorde foi ano passado: 40 filmes), mas também nunca me importei. No final, sempre fica aquela sensação de que poderia ter visto mais. Aí, é preparar o espírito para o festival do ano que vem e tentar se organizar melhor...
Durante o festival, tentarei atualizar este espaço pelo menos duas vezes por semana, com críticas, impressões, comentários, enfim, tentando “dar o recado” ainda em cima do lance. As atualizações das quartas-feiras estão mantidas, mas outras poderão acontecer a qualquer momento. E que venha o Festival do Rio!
Nenhum comentário:
Postar um comentário