quinta-feira, 5 de julho de 2012

Fritas no cardápio - de 6 a 12 de julho


O ESPETACULAR HOMEM-ARANHA – Esqueça a trilogia dirigida por Sam Raimi. Esqueça tudo o que você viu até agora. Nunca existiu. Aqui a história é recontada desde o começo, mostrando tudo aquilo que já vimos nos filmes anteriores.



A pergunta é: precisava disso? Hollywood consegue a proeza de refazer um filme ainda recente (a primeira história é de 2002), só para manter acesa a chama do personagem e, claro, faturar alguns trocados, já que a indústria não pode morrer. E quando a crise econômica ameaça invadir as salas de cinema, o que fazer? Reciclar personagens, ou até franquias, para tentar salvar o ano. Deixar a inteligência de lado, afinal, no cinema como no mundo real, inovação e inspiração nunca levam a lugar algum. Antes que me acusem de chato, explico. Não havia necessidade de refazer a saga do Homem-Aranha. A trilogia (que já era excessiva, dois filmes já se bastavam) alcançou a rara condição de blockbuster elevado à categoria de arte, graças ao talento dos envolvidos, em especial Sam Raimi, um mestre na direção. Até quando a indústria vai continuar requentando histórias?

Andrew Garfield e Emma Stone (o único real motivo para se ver a fita) dão vida aos personagens antes defendidos por Tobey Maguire e Kirsten Dunst. A direção também trocou de mãos e passou para Mark Webb, o talentoso realizador de 500 dias com ela, que trabalha pela primeira vez com um grande orçamento em seu batismo de fogo. A essência da história também foi alterada e ganhou um tom mais adolescente, deixando de lado as inquietações existenciais de Peter Parker que impulsionaram a força dos roteiros passados. Tudo de olho na platéia espinhenta que certamente lotará salas e fará a alegria de Hollywood. Ainda no elenco, o esquecido C. Thomas Howell e ponta de Stan Lee.



  
HISTÓRIAS QUE SÓ EXISTEM QUANDO LEMBRADAS – Em uma cidade fantasma do Vale do Paraíba, a rotina de uma padeira, uma das últimas moradoras do lugar, é abalada pela chegada de uma jovem fotógrafa. No rastro do Femina, festival internacional de filmes dirigidos por mulheres (um dos absurdos criados pela ditadura do novo feminismo – afinal, cinema é arte e arte não tem sexo, há boas e más diretoras, tanto quanto diretores! Para que um festival só para elas?), chega esta coprodução entre Brasil, Argentina e França. O roteiro é inspirado no realismo fantástico de García Márquez e Juan Rulfo, ou seja, só por isso já vale uma conferida atenta. Chega referendado por uma penca de prêmios em festivais internacionais. Júlia Murat é filha de Lúcia e faz sua estréia na direção de longas.




 A GUERRA DOS BOTÕES – A prova de que a crise de criatividade é global é esta quarta versão do romance clássico de Louis Pergaud, já adaptado em 1937 (por Jacques Daroy), 1962 (por Yves Robert) e 1994 (norte-americana, por John Roberts). Esta aqui é de Yann Samuell, de Ironias do amor e Com amor, da idade da razão.

Assim, a história já é bem conhecida. Em uma pequena cidade do interior francês, meninos travam uma guerrinha de brincadeira em que os vencedores levam como troféu botões da roupa dos derrotados. Vá a uma locadora e procure a segunda versão, a melhor e mais famosa (capa acima). Depois, confira as mudanças feitas para esta aqui.





BEAUFORT – Com cinco anos de atraso (!) chega às salas este drama de guerra rodado em Israel e que foi indicado ao Oscar de Filme Estrangeiro em 2008. Demorou tanto que já chegou a ser exibido várias vezes pela TV a cabo. Na verdade, seria melhor defini-lo como uma guerra de drama, já que o roteiro se concentra na psicologia dos personagens e esquece a ação. O todo é algo cansativo. Não vale o ingresso. Espere por uma reprise na TV a cabo.





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