No ilimitado universo das séries de TV, há pouco ou nenhum espaço para as produções que tenham a guerra como cenário. Embora haja exemplos recentes, como Band of brothers (mais uma minissérie que outra coisa) e Generation kill (mais política e filosofia do que ação), ambas já exibidas pela HBO, o gênero não é muito popular entre os criadores de novidades a cada temporada. Houve ainda MASH nos anos 70, que apenas se utilizava do ambiente da Guerra do Vietnã para satirizar o momento vivido pelos norte-americanos. Mesmo com poucos similares, houve uma que se destacou e marcou época, sendo até hoje lembrada como a melhor série bélica de todos os tempos: Combate. Seu pai ou seu avô certamente já ouviram falar dela. E agora você também pode conhecê-la. O canal a cabo TCM exibe a série aos sábados e domingos, às 9h, com reprise às 14h30.
A série durou cinco temporadas, entre 1962 e 1966 (as quatro primeiras em preto e branco). Ao longo de seus 159 episódios, acompanhamos as aventuras do pelotão comandado pelo impassível, porém humano, sargento Saunders (o lourinho Vic Morrow, que virou astro por este papel, mas nunca fez cinema) e pelo tenente Hanley (Rick Jason, que também restringiu sua carreira ao universo das séries televisivas, participando de, entre outras, Mulher Maravilha, Manimal e Automan), marchando por uma Europa devastada pela II Guerra Mundial e tomada pelos nazistas alemães. Em cada nova cidade a que chegam, há um perigo à espreita. O primeiro aspecto que chama a atenção em Combate é a criatividade dos roteiros. Afinal, como criar histórias novas sem cair na monotonia em uma série limitada pelo tema, já que as tramas não podiam escapar ao universo retratado? Quando parece que já vimos de tudo, que não há mais qualquer novidade a ser explorada, que todos os perigos já foram enfrentados pela equipe de Saunders, eis que surge uma ação nova, um espião inimigo infiltrado nas fileiras do pelotão, uma comunidade ainda virgem dos horrores da guerra, uma repórter intrometida que interfere no cotidiano das tropas em nome da informação. Ou seja, nem se trata de tirar leite de pedra, mas simplesmente de saber explorar o universo da guerra com inventividade. Os roteiros chamam a atenção também por abordarem alguns assuntos externos ao conflito armado, disfarçando-os em meio à narrativa, como o racismo ou a honra. Muitas vezes, o aspecto humano dos personagens ganha uma dimensão maior do que o conflito que lhe serve como pano de fundo.
Alguns episódios da primeira temporada abriam espaço para o humor, como aqueles em que um cozinheiro era enviado como reforço da tropa de Saunders ou quando um de seus soldados passava boa parte do tempo realizando apostas inusitadas com seus parceiros. Havia ainda momentos de poesia como no episódio em que a tropa descobre, em uma cidade francesa, uma jovem que se refugiou no jardim de casa, para fugir da loucura da guerra, e terminou, ela mesma, enlouquecida pelo delírio, recusando-se a deixar seu esconderijo fantasioso. A partir da segunda temporada, contudo, os assuntos mais amenos foram deixados de lado e a série concentrou-se na ação, intensificando a carga dramática natural do conflito.
Alguns futuros astros tiveram em Combate uma primeira experiência à frente das câmeras. Um muito jovem e quase irreconhecível Robert Duvall interpreta um sargento alemão em “O inimigo”, da terceira temporada. Charles Bronson, antes de atrelar sua imagem definitivamente aos filmes policiais, participa do episódio “A herança” como um soldado apaixonado por obras de arte que se recusa a explodir um paiol em que está escondido um tesouro da escultura moderna. Tom Skerritt, Sal Mineo e o eterno Kojak Telly Savallas, entre muitos outros, tiveram participações especiais. Vários episódios da primeira temporada foram dirigidos pelo mestre Robert Altman, que posteriormente se consagraria com seus filmes-painéis da sociedade norte-americana.
Embora o elenco contasse sempre com muitos convidados especiais a cada episódio, a tropa de Saunders era composta basicamente por Caje (Pierre Jalbert), Littlejohn (Dick Peabody), Doc (Conlan Carter) e Kirby (Jack Hogan – nenhum deles fez nada de importante fora da série). Muito lembrado também é o contagiante tema de abertura, composto por Leonard Rosenman, que ficou famoso e serve como referência imediata, uma “madeleine” auditiva que emociona todos os fãs da série. Você pode ouvi-lo, bem como assistir a abertura original, no Youtube, no link http://www.youtube.com/watch?v=d0qQGS4fXSY&feature=PlayList&p=898AD90A02351625&index=39
A série durou cinco temporadas, entre 1962 e 1966 (as quatro primeiras em preto e branco). Ao longo de seus 159 episódios, acompanhamos as aventuras do pelotão comandado pelo impassível, porém humano, sargento Saunders (o lourinho Vic Morrow, que virou astro por este papel, mas nunca fez cinema) e pelo tenente Hanley (Rick Jason, que também restringiu sua carreira ao universo das séries televisivas, participando de, entre outras, Mulher Maravilha, Manimal e Automan), marchando por uma Europa devastada pela II Guerra Mundial e tomada pelos nazistas alemães. Em cada nova cidade a que chegam, há um perigo à espreita. O primeiro aspecto que chama a atenção em Combate é a criatividade dos roteiros. Afinal, como criar histórias novas sem cair na monotonia em uma série limitada pelo tema, já que as tramas não podiam escapar ao universo retratado? Quando parece que já vimos de tudo, que não há mais qualquer novidade a ser explorada, que todos os perigos já foram enfrentados pela equipe de Saunders, eis que surge uma ação nova, um espião inimigo infiltrado nas fileiras do pelotão, uma comunidade ainda virgem dos horrores da guerra, uma repórter intrometida que interfere no cotidiano das tropas em nome da informação. Ou seja, nem se trata de tirar leite de pedra, mas simplesmente de saber explorar o universo da guerra com inventividade. Os roteiros chamam a atenção também por abordarem alguns assuntos externos ao conflito armado, disfarçando-os em meio à narrativa, como o racismo ou a honra. Muitas vezes, o aspecto humano dos personagens ganha uma dimensão maior do que o conflito que lhe serve como pano de fundo.
Alguns episódios da primeira temporada abriam espaço para o humor, como aqueles em que um cozinheiro era enviado como reforço da tropa de Saunders ou quando um de seus soldados passava boa parte do tempo realizando apostas inusitadas com seus parceiros. Havia ainda momentos de poesia como no episódio em que a tropa descobre, em uma cidade francesa, uma jovem que se refugiou no jardim de casa, para fugir da loucura da guerra, e terminou, ela mesma, enlouquecida pelo delírio, recusando-se a deixar seu esconderijo fantasioso. A partir da segunda temporada, contudo, os assuntos mais amenos foram deixados de lado e a série concentrou-se na ação, intensificando a carga dramática natural do conflito.
Alguns futuros astros tiveram em Combate uma primeira experiência à frente das câmeras. Um muito jovem e quase irreconhecível Robert Duvall interpreta um sargento alemão em “O inimigo”, da terceira temporada. Charles Bronson, antes de atrelar sua imagem definitivamente aos filmes policiais, participa do episódio “A herança” como um soldado apaixonado por obras de arte que se recusa a explodir um paiol em que está escondido um tesouro da escultura moderna. Tom Skerritt, Sal Mineo e o eterno Kojak Telly Savallas, entre muitos outros, tiveram participações especiais. Vários episódios da primeira temporada foram dirigidos pelo mestre Robert Altman, que posteriormente se consagraria com seus filmes-painéis da sociedade norte-americana.
Embora o elenco contasse sempre com muitos convidados especiais a cada episódio, a tropa de Saunders era composta basicamente por Caje (Pierre Jalbert), Littlejohn (Dick Peabody), Doc (Conlan Carter) e Kirby (Jack Hogan – nenhum deles fez nada de importante fora da série). Muito lembrado também é o contagiante tema de abertura, composto por Leonard Rosenman, que ficou famoso e serve como referência imediata, uma “madeleine” auditiva que emociona todos os fãs da série. Você pode ouvi-lo, bem como assistir a abertura original, no Youtube, no link http://www.youtube.com/watch?v=d0qQGS4fXSY&feature=PlayList&p=898AD90A02351625&index=39
Atualmente, o TCM exibe a quarta temporada de Combate, mas infelizmente deixou de apresentar alguns episódios das temporadas passadas e também da atual. Não importa, já que a narrativa não é seqüencial, ou seja, cada história é fechada em si mesma, sem ligação com a que veio antes ou com a que vem a seguir. Eu virei fã desde que assisti ao primeiro episódio. Quem sabe alguma distribuidora não se anima a lançar a série completa em DVD?
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