domingo, 4 de outubro de 2009

Festival do Rio - solidão e vampiras lésbicas

QUERIDINHO DA MAMÃE – Mikey se hospeda na casa dos pais, por conta de uma viagem a trabalho. O que deveria ser uma estada provisória, no entanto, vira um problema permanente, porque o rapaz adia indefinidamente seu retorno. Embora risadas tenham sido ouvidas durante a projeção, é um drama pesado, melancólico, muito lento, por vezes depressivo (o protagonista chega a pensar em suicídio, mas desiste no último momento). Este aspecto acaba se sobrepondo aos entrechos cômicos, perdidos em meio a uma narrativa letárgica e uma direção frouxa de Azazel Jacobs, também autor do roteiro, com óbvios toques autobiográficos, e cujos pais interpretam os pais de Mikey, evidenciando os poucos recursos da produção. Seria fácil se identificar com o personagem, um adulto que, de volta ao seio familiar, redescobre antigos prazeres da juventude, aferra-se a eles e não sente vontade de levar a vida adiante. O problema é que o roteiro não fornece qualquer pista sobre sua situação, não há nenhum conflito aparente que justifique seu comportamento, sua falta de iniciativa. Aparentemente sofre uma crise de depressão, mas isso precisa ser intuído pelo espectador. Termina sendo mais uma típica produção independente que enfoca a vida de um perdedor. Boa direção de arte. * *

MATADORES DE VAMPIRAS LÉSBICAS – Primeira vez na história do festival que o Roxy recebeu um filme da Midnight Movies. O público prestigiou, comparecendo em bom número. O filme não precisa de resumo ou explicação: é exatamente o que o título sugere, uma diversão trash até a medula, com muito sangue falso, lindas mulheres em trajes sumários, dois heróis bobalhões, diálogos pavorosos e uma trama sem muita lógica. Mas quem liga para isso num filme trash? Adormeça o cérebro e divirta-se! O gordo James Corden tem as melhores falas e carrega grande parte do humor nas costas. O final dá a impressão de que pode render uma série de televisão. Mas a verdade é que é menos engraçado do que parece. * *

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