Algumas pessoas me escreveram nos últimos dias perguntando sobre certos aspectos do blog. Como são questões pertinentes a quem tem a boa vontade de ler este espaço, resolvi respondê-las em aberto e aproveitar para esclarecer os pontos abordados de maneira definitiva.
Por que seu blog não tem fotos nem vídeos? (Vítor)
Admito minha ignorância. Eu estava usando o editor de textos antigo, que não permite muita mobilidade de recursos. Por exemplo, não era possível espalhar fotos intercaladas com o texto, elas tinham de ficar fixas em um canto, de preferência logo depois do título; o carregamento de vídeos era tediosamente lento. Agora que passei a usar outro editor, creio que esses problemas já foram resolvidos, mas...
Por que você excluiu as fotos e o trailer do filme A toda prova? De manhã eles estavam lá e à noite não estavam mais. (Álvaro)
... de vez em quando alguma coisa ainda sai errada. Fui alterar uma vírgula do texto que já estava pronto e publicado e ele saiu do formato, ficou cheio daqueles caracteres, ou seja, estava imprestável. Não sei o que acontece, talvez eu seja muito ignorante no manejo dessas ferramentas, mas o fato é que não consigo ajustar esses pequenos inconvenientes. Como o texto ficou impossível de ler, tive de excluí-lo e repostá-lo sem as fotos que estavam carregando com erro. Achei melhor excluir o vídeo também. Mas como o foco do meu blog nunca foi nas imagens e sim no texto, não considero uma falha deixá-las de fora. Vou seguir tentando, vai que um dia eu aprendo de tanto errar.
Você mantém a grafia antiga de palavras como “idéia”, “estréia”, “seqüência” etc. Não sabe que o Acordo Ortográfico está em vigor e essas palavras tiveram a grafia modificada? Por que insiste em usá-las? (Carmem)
Agora tem sempre uma Carmem na minha vida para dizer que o que faço é cheio de erros (piada interna). Evidentemente sei que a grafia dessas e de outras palavras mudou, e como revisor profissional que sou, sigo o Acordo, eliminando acentos indevidos, tremas etc. Porém, se mantenho a forma antiga de escrever, é por posicionamento, posso até dizer, político. Esse Acordo foi imposto pelo governo; não houve debate acerca de sua utilidade ou validade, não foram chamados gramáticos, professores ou profissionais da área lingüística para opinarem, nem a parcela pensante da população teve direito de se manifestar. O governo decidiu e pronto, num arroubo totalitário. Sou obrigado a usar o Acordo nos trabalhos que realizo, mas aqui, no meu espaço, em que governo nenhum se intromete, mantenho a grafia antiga, ou “errada”, como preferem alguns. Como ninguém vai me contratar baseado no que escrevo, muito menos usar este espaço como etapa eliminatória de qualquer coisa, não vejo mal algum em manter minha posição.
Você acha errado comprar DVDs piratas na esquina, mas faz apologia de downloads de filmes pela internet. Não é favorecer a pirataria do mesmo jeito? (Laura)
Não exatamente. Em primeiro lugar, não faço “apologia” de nada, apenas comento que tal filme está disponível na rede, sem nem citar em que site ele se encontra armazenado. Quem quiser ou tiver interesse, fique à vontade para decidir, faz uma busca. Baixa quem quer. Não tocar nesse assunto e achar que isso vai resolver o problema é passar atestado de ingenuidade. Como o marido traído queimar o sofá ou tirá-lo da sala. Outro ponto interessante. Como sou balizado por minha lógica própria, estabeleci uma distinção entre o que seria certo e errado nessa questão. Para mim, só se configura pirataria quando se obtém alguma vantagem financeira com isso. Assim, o cara que vende DVDs piratas na esquina adota uma postura ilegal, e também quem compra. Se eu fizer um download e assistir ao filme sozinho e depois apagá-lo ou até copiá-lo para ter em minha prateleira, não estou obtendo vantagem alguma. O erro está no comércio, na obtenção de lucro ilegal. Porque impede o ganho dos direitos autorais por parte de técnicos, distribuidores credenciados etc. Ou seja, é, de certa forma, roubar dinheiro dos profissionais envolvidos no processo audiovisual. Eu posso ver um filme baixado pela internet e até comprar o DVD original depois, já que, como colecionador, é o que sempre vou preferir mesmo.
Além disso, considere outro aspecto. Quantos filmes a gente encontra disponíveis para download que nunca foram e dificilmente serão lançados no país? Já escrevi sobre Meet the Feebles, um filme engraçadíssimo que nunca deu as caras por aqui, mesmo depois do sucesso mundial alcançado pelo diretor Peter Jackson. O que fazer? Deixar de conhecer a obra? Ignorar que ela existe? Conformar-se com um “Ah, se não existisse internet eu não ia ver mesmo”? Penso que num país como o Brasil, em que as opções de cultura e entretenimento são muitas vezes reduzidas, sobretudo em cidades menores, não se deveria criar tanto problema com isso. A maioria das cidades não tem cinemas; como as pessoas vão ampliar seus horizontes culturais? Vendo novela? Assistindo ao BBB? Assim, a única alternativa é mesmo fazer o download de filmes pela internet. Entendo isso como uma forma de difusão cultural.
A questão é polêmica e voltarei a ela em outra oportunidade.
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